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Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Está tudo fabuloso, como nas fábulas...

Qualquer economista dirá que estou totalmente errado, seria impossível.

Um político nunca admitirá e certamente dirá eu sou "irresponsável", por mencionar esse tipo de questão.

Os "experts" * diriam me falta qualquer base realista para tal afirmar.

Minha mãe com certeza dirá coitado-do-menino-nunca-foi-bom-nisso, com aquele olhar de genitora paciente.

A esposa, resignada, somente comentará com parentes próximos e um suspiro, ai-ai-são-30-anos-nisso...

De qualquer sorte, afirmo com alto e sonoro desafio:

O mundo vai acabar.

2012, lembram? Está próximo... Deu até filme péssimo com o John Kusak.

Porém não no sentido todos imaginam, com aqueles estrondos imensos, marés cobrindo o Himalaia, salvando-se José Sarney e família em arca especial feita pela Embraer, a levar parentes, motoristas, amigos, apadrinhados, namoradas de netos, etc. à nova vida naquilo sobreviveu, um trechinho da África.

Que renomeará, em cerimônia oficial, de Novo Amapá!

Não, não.

Será algo mais lento, já iniciado, com notas no jornal como hoje, a informar a venda de novos apartamentos em São Paulo despencar em 46%, os usados em quase 20%.

A muitos carros estarem sem conserto por falta de peças (ou revendas tentando empurrar o meio-encalhado estoque de novos.)

E a oferta de empregos estar tão estupenda, uma babá segundo o NY Times em São Paulo fazer 4.000 dólares por mes, mas estranhamente a turma na Bahia continuar a receber salário-mínimo, com descontos de moradia, a terra que mais fornece babás. E por aqui, na firma onde ganho o pão com o suor em meu rosto, nenhum pedido de demissão para ir às fantásticas e melhores posições ofertadas, a ponto requererem importação de qualificados de outros países.

Nenhum amigo em apartamento novo de deslumbrar, viagem na executiva para lugares exóticos, iate ou sitio em Votuporanga.

Os vôos "tão" lotados, na minha última incursão a visitar a sogra, de Sumpa a Ilhéus estar com ocupação de talvez 15%, anexo a foto como prova.

O mundo está acabando.

Dilma já não se preocupa tanto com a inflação, afinal está tudo tão caro, a tal inflação por demanda com isso acabando, quando é caro demais deixa-se para lá, ou depois. Ou nunca.

Vejo ruínas com telhados, na verdade velhíssimas casas no Pacaembu aqui em Sumpa, à venda por valores já comparáveis a um frente para o lago em cantão helvético.

Porém à venda há talvez 10 -12 anos, sempre mais caros. Entretanto à venda...

Um corretor estima em mais de 600 imóveis nessas condições, num perímetro de vinte ruas.

Argumenta sorridente: são ricos, não precisam vender.

Por que anunciam?

Lógica brasileira às vezes não é tão distante de nossos colonizadores e seus restaurantes, que fechavam para almoço, não é, ó pá?

Nosso PIB (quem acertar o valor do nosso PIB leva uma viagem daqui a Jacareí com direito a churrasquinho e tubaína) cresceu em 1% nesse primeiro trimestre. O da Alemanha 1,5.

Será?

Catastrofista, dirão os parcos leitores. Sem dúvida, mas em certo observar mais atento, e do centro da luta para tentar vender algo mais para nosso aparentemente não tão sedento mercado interno, só posso dizer: não é bem como informam.

Alguns já um pouquinho desiludidos com as despesas no cartão da viagem feita a Natal ou nossa capital-estepe, Buenos Aires, em 10 prestações de 100.

Só isso?

Somos assim, otimistas. Até a realidade nos alcançar... o que deve acontecer em 2012.

* Será que em português do passado distante, eram os "espertos", como em espanhol, mas diante da esculhambação, virou sinônimo de malandro por cá; daí usarmos o termo gringo?

Muitos vôos não estão tão lotados... São Paulo, Ilhéus e Salvador, com 15% de ocupação.

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