Foto do Hermógenes

Espaço de reflexão Hermógenes de Castro e Mello

Aprendizes de idiotices

Inegável que o energúmeno atirador na Noruega é um perfeito aprendiz, curiosamente de algo tão sofrido : a brutalidade da presença invasora dos alemães nazistas por lá durante a última grande guerra. Alguns noruegueses, assim como franceses, até ingleses e americanos, àquela época identificavam-se com a doutrina doente de um partido obscuro da Alemanha, pregando violência. E como bons extremistas, adiante executando como se fosse algo necessário, a dita limpeza étnica com gás e balas.

Aplaudidos globalmente até, a assustar minha mãe quando aqui chegou em 1952, ao ir a um cinema onde todos queriam furar a fila e um sizudo senhor gritava, "que bagunça, falta um Hitler para organizar isso aqui!", em plena provinciana Sumpa da época. Talvez matar quem "furasse o esquema"?

Os nazistas declinavam de quaisquer escrúpulos a matar opositores ou inocentes com a inventada culpa coletiva do "judaísmo internacional", assim denominavam. O atirador norueguês em sua mente estranha faz amálgama dessas doutrinas fascistas com operação americana ( a bomba de fertilizantes, coisa do terrorismo interno gringo ) e modus operandi árabe, na mantança de inocentes em ataques geograficamente distintos, mas próximos.

Porém, e isso é bizarro e novo: deixa-se pegar, entrega-se tranquilamente. Os nazistas, ao perceberam que suas idéias étnicas não eram do gosto de todos, desconfiaram dar-se-iam mal nas mãos dos aliados. A igreja e infelizmente a América Latina muitos acolheu, alguns, se não mortos, foragidos até hoje. Idem mentores árabes e terroristas americanos como de Oklahoma, entretanto os caubóis com denúncias e muita observação acabam pegando um ou outro da turma.

Esse viking abestalhado não; tranquilamente, entregou-se. Sem arrependimento aparente, sem admissão de culpa, sem se horrorizar com o próprio ato.

O advogado de defesa deixa escapar achar o sujeito não ser bem certo. Forma de abrandar a pena, alegar incapacidade. O pai lamenta ele não ter se matado após o terror infligido.

Não deve ser fácil ser progenitor de tal criatura.

Estimo um louco solitário, aprendiz perfeccionista de doutrinas hitlerianas. Pouco a fazer, em sociedades abertas pode-se adotar o modo de pensar acha-se adequado ao pretendido, sonhado, imaginado. Os pensamentos e doutrinas são livres., ainda bem.

Entretanto fico preocupado, quando no jornal de hoje leio entrevista com outro aprendiz de idiotices, um jovem paulistano de origem libanesa, internado voluntariamente numa escola de talvez futuros aiatolás em Qom, no Irã. A justificar apedrejamentos públicos ("deixam o país seguro!") e uma saraivada de outras imbecilidades incutidas por religiosos, essa pobre alma (alertem-se os pais), ainda poderá transformar os ensinamentos loucos em justificativa para atos violentos, tão ao gosto do terrorismo islâmico, infelizmente ainda o mais ativo.

Algum traje de gala noruegues, o assassino se perfila. Os nazistas adoravam essas bobagens e uniformes.

Curioso. Mas penso o que passa na cabeça de um cara desses, que mata gelidamente quase 80 pessoas?

O estranho uso dos uniformes é uma constante entre a direita ou esquerda mais radical, a demonstrar ser algo, com adereços e lantejoulas. O nazistão Goering era fissurado no uso.

Adolf Hitler também gostava, apesar de mais discreto. Seu passado militar não o levou além de cabo, algo o impedia de usar uniformes mais fantasiosos como a restante cúpula nazista.

Comentários (clique para comentar)

Seja o primeiro a comentar este artigo.