Love-food: abrindo o apetite para o amor.
Austríaco de nascimento e baiano por devoção, o ex-metalúrgico Reinhard Lackinger, baixou na Bahia no final da década de 1960, e atualmente comanda as panelas do Bistrô PortoSol, juntamente com a sua mulher Maria Alice.
No próximo dia 31 de janeiro, entre 18:37 e 24:59, horário local, mas com precisão austríaca, ele deixará de lado o cardápio do dia a dia e oferecerá aos amigos e convidados um novo prato: o livro Love-food: abrindo o apetite para o amor.
Nesse mesmo dia, Reinhard completará 65 anos de idade, 43 anos como cidadão soteropolitano e 10 anos como comandante-chefe do bistrô, que ele diz ser simplesmente “uma taverna que oferece comida caseira austríaca na Bahia”.
O livro, mais uma edição da BOOKLINK( www.booklink.com.br ), do Rio de Janeiro, acontecerá no Bistrô PortoSol ( Rua César Zama, 4, Porto da Barra, Salvador, BA, Fone 71 3264-7339)..
Love-food não é antagonista do fast-food nem de outras formas de alimentação nos tempos urgentes de hoje: é um contraponto a essa pressa inexorável, uma alternativa de calma e paz, para quem gosta de se dar o prazer de tornar o momento da refeição um encontro de harmonização dos sentidos e de convivência. Eis a proposta do autor, que agora resolve partilhar a filosofia que o induz na criação da comida-arte oferecida por sua casa, na forma de um livro delicioso. Uma obra para leitores que gostam de ideias consistentes servidas com leveza, mas sem parcimônia. Afinal, a boa comida também deve ser bela, mas não um simples enfeite.
O autor e a obra.
Reinhard Lackinger nasceu em 31 de janeiro de 1947, em Kapfenberg, Áustria. Após o serviço militar, cursou didática profissional em Colônia, Alemanha. Em 1969, residiu em Lisboa, onde aprendeu português, e tempo depois veio para o Brasil, convidado para ser professor da Escola Técnica Federal da Bahia.
Resolveu ficar por aqui, quando sentiu na pele aquele bronzeado que somente o sol que da Bahia oferece e, além do mais, sem querer, apaixonou-se por uma baiana legítima, com todos os dengos e as forças espirituais predominantes, portanto, com muito axé.
Em Salvador, exerceu diversas atividades: projetista, tradutor, professor de alemão e gerente de fábrica. Antes de tornar-se um legítimo taverneiro austríaco, durante algum tempo aventurou-se como empresário nos ramos de ferramentaria, alimentos e bebidas.
Estudou administração de empresas e fez pós-graduação em hotelaria. E para se aclimatar ainda mais ao ambiente baiano, estudou iorubá e cultura africana no Centro de Estudos Afro-Orientais, da Universidade Federal da Bahia.
Desde 2002, em Salvador, BA, administra, com a mulher Maria Alice, a taverna Bistrô PortoSol, especializada em culinária austro-húngara, que utiliza como laboratório na elaboração dos mais variados pratos de love-food, com os temperos e sabores regionais ou não. Na juventude, em sua terra natal, atuou como ator amador, escreveu e dirigiu peças teatrais.
No Brasil, publicou crônicas, ensaios e cartuns em jornais da Bahia. Participou de antologias e revistas literárias da Áustria e da Alemanha, e atualmente colabora nos sites Dorfzeitung / Salzburg e AltraVita. Em 1998, lançou na Áustria o livro de contos Ade Favela, aus dem Alltag Brasiliens. É blogueiro confesso, ativo e contumaz, e distribui os seus textos também por e-mail, pela sua “mala direta sem alça”.
Mário Kertérz, radialista e ex-prefeito de Salvador, em um dos textos das orelhas do livro, salienta que “Reinhard desembarcou em Salvador para ficar, como antes fizeram outros ‘gringos’, como Caramuru, Carybé, Smetak, Verger, e meu pai – fisgados que foram pelo fascínio que a Bahia exerce sobre aqueles que, sem tentar compreendê-la, a ela se entregam simplesmente”.
E Joaci Góes, jornalista, escritor e membro da Academia de Letras da Bahia complementa: “Sempre entendi que os vínculos são mais fortes entre as pessoas e a terra de adoção do que com o berço natal, por ser o primeiro produto da escolha, enquanto o segundo é filho do acaso.
Com Reinhard Lackinger, um baiano visceral nascido na Áustria, essa é uma verdade hipertrofiada. Tanto que não sei de quem com ele possa rivalizar na profundidade com que penetrou na alma do Brasil, em geral, e na da Bahia, em particular, desde que chegou à boa terra, para ensinar metalurgia, simultaneamente à chegada do homem à Lua”.